quinta-feira, 31 de julho de 2008

Histórias de sempre e histórias de agora

Jantar de família, sem homens. Três gerações. Eu. Mãe. Avó.

Eu contava uma escandalosa cena do dia-a-dia: um Lulu da Pomerânea (bem tosquiado por acaso - e ainda bem, permitam-me dizer) por quem passo todos os dias olha para mim com um ar tipo parvo. Deve ser por nos cruzarmos sempre no momento em que ele está a fazer um cocozito mole na árvore do costume (e daí a importância da boa tosquia). Nos momentos finais do nosso encontro diário, quando passo mesmo ao lado dele tenho de conter, com força sobre-humana, a vontade de lhe dar um pontapé.

E com esta deixa, a minha avozinha de 84 anos, que adoro, não perde tempo e começa a contar uma história que nunca tem final e que já ouvimos pelo menos 31455 vezes:
- Ai eu tinha tantos cães em casa do meu pai, oh Marianinha... Olha, era: o Piloto,... a Malhada,...
- A Jóia...
- A Jóia, e... era outra que não me lembra...
- Ruca.
- Nãaao...
- Médis?
- Não. Ai a Jóia... foi a primeira palavra que eu disse, foi dar nome à cadela... Jóia!...
- Whirlpool?
- Ãh?... Pu?
- Hehe...
- Ai a Jóiínha... Os filhos dela nasceram ao mesmo tempo que a minha mãe me deu luz a mim!...
- Muesli!
- Não...

Entretanto a minha mãe (que lê este blog - adoro-te mãezinha) engasga-se com a maçã e termina a conversa. Com pena minha e da minha avó: eu estou a ter o momento picardo do dia e ela, mais um vez, fica sem se lembar do nome do outro cão.

Sempre tive curiosidade em saber como chamavam à cadela antes da minha avó nascer e começar a falar... Um dia hei de perguntar; um dia que não tenha nada para fazer durante 4 horas e já esteja farta do repertório pouco vasto de histórias da minha avozinha linda.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Tv - Uma Verdadeira Enciclopédia


Diz que é quase o final de 5 longos anos a utilizar a expressão: "Eu hoje já disse que odeio isto?"...
Na tentativa de levar uma restia de sanidade mental até ao dia da libertação final vou, juntamente com amigas/amigos da tortura, correndo as bibliotecas e cantos afins dessa cidade: Universidade de Letras é sem duvida a preferida (a minha progenitora acha que se deve a uma pequena frustação por não frequentar a mesma, quem sabe...).Os dias vão passando nessa nobre biblioteca entre as sonecas, o sol das pirâmides, as visitas inesperadas de amigos, o radarizar de situações, o geladinho da época e as gargalhadas do desespero...(conseguisse eu manter a concentração por mais de 10 minutos!!!).
Já frequentamos o Aqua Roma, O Alvaláxia, O IST, O Tagus Park, Monsanto, O Ben and Jerry do Chiado, O Orgânico... e tudo e tudo e tudo... Recentemente descobrimos a biblioteca da FMUL (cof cof) e é boazita...pelo menos eu gosto bastante daquela máquina do café...é jeitosa...dá trocos, colher..não sabe a esturro...
Depois do choque inicial que foi não poder respirar (sem ser punido pelos estudantes autócnes), ainda por ali passei umas noites! O grande problema é que é impossivel estudar Veterinária sem fazer uma de duas coisas: desatar num pranto incoersível ou rir até sentir necessidade de usar Tenna Lady!
Para quem não acredita deixo uma mostra poética (parte integrante da bibliografia de Inspecção Sanitária II):
"O meio hidrico, é, simultaneamente, por assim dizer, a estrada, o caminho secundário, o meio de comunicação, o infantário, o pátio de recreio, a escola, o quarto, o leito, a mesa, a instalação sanitária, a enfermaria e a sepultura do peixe." (Será que sai em exame?)
Ora os futuros médicos deste país são muito muito sérios e cada vez que na minha mesa se esboçava um sorriso pré-gargalhada havia uma tensão agressiva no ar.... os seus olhos reviravam, ouvia-se um chiuuu e euzinha completamente inibida pois claro. A culpa não é deles, aliás invejo qualquer ser que consegue desligar o radar e concentrar-se por mais de 15 min ignorando estimulos exteriores...
Numa das conversas cientificas que tive com a minha companheira de mesa o tema foi o seguinte:
"Nitroglicerina? Ela não sabia o que era...diz que são uns adesivos!"
"Não sabe? É um vasodilatador, ora! Aquilo dá em todos os filmes!!! Eu vi no "Somethings gotta give" que não se pode inclusivamente usar com Viagra!"...
"Pois..."
Mais uns minutos de estudo (não) intensivo e de volta à conversa:
"Sabes o que é a Doença de Crohn?"
"Sei pois... É uma doença inflamatória do intestino que blá blá blá...vi no Tyra Show!
"Pahhhhhh ahahahha ahahah, será que não aprendemos nada nos livros? nas sebentas?"
Um olhar matador chegou da mesa do lado em nossa direcção - os senhores doutores queriam estudar e... na minha opinião, certamente não têm tempo para ver esses shows televisivos didácticos! Mas ... acho que teriam mais tempo para sair se largassem o Internal Medicine e vissem Tv - essa grande Enciclopédia!
Para celebrar o 50º Pensamento, nada mais apropriado que um Verdadeiro Pensamento das 2h47:

Dá Deus nozes a quem não tem dentes;
Mas também há quem tenha dentes e não tenha nozes.
O pior é quando não se tem dentes nem nozes.
Feliz de quem tem nozes e dentes.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

No 7º ano tive uma professora de Português que trocava os "L" pelos "G". Todos os dias gritava várias vezes:
- Caguem-se! Caguem-se todos!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Em tom de desabafo

FMV: feira das vaidades, teatro mal encenado... "Lembranças à mamã!" "Gravata ao papá!"
FARTA: O melhor ano? Erasmus muito muito longe!
Explode FMV!!!!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Piadinha veterinária

Estava eu a lavar as instalações reais do meu porquinho-da-índia (PI) na banheira, quando sua realeza decide fazer um cocozito no chão da casa de banho.
Entretanto, o meu irmão, que precisava de fazer um xixi antes de ir para uma festa de arromba, entrou na casa de banho e comentou:
- Esse porco já fez um cocó no chão.
- Uma pelota dura. - corrigi eu.
- Olha, eu é que vou fazer uma pelota mole! - brincou ele, na sua ignorância.