domingo, 20 de dezembro de 2009

Aprendizagem clínica - o legado

Todos os congressos de cariz formativo em Medicina Veterinária são sem dúvida uma experiencia única e inigualável. Oportunidades raras de adquirir conhecimentos esquecidos e ostracizados nas mentes dos mais experientes e antigos Veterinários de campo, esses guerreiros do mato e da planicíe…
Os referidos conhecimentos jamais são transmitidos às gerações vindouras por outro canal que não sejam estes congressos, palestras ou formações, uma vez que a vida de campo exige cedo erguer e tarde tomar duche, não tendo os distintos Senhores a oportunidade de publicar a sua magnífica experiencia de campo, nem de partilhar a sua maravilhosa e diversa casuística.
No presente mês estive numa destas datas especiais, a cerca de 360 Km de casa para ter o prazer de ouvir os grandes chefes do saber na área da Clinica dos Grandes Animais!
Fantástico, o americano, Mr. Kevin Something esteve horas a dissertar sobre as urgências e a reanimação cardiorespiratória, recorrendo a vídeos fantásticos de acção e suspense. Nestes vídeos, com uma classificação semelhante aos mais trágicos episódios de “E.R”, os seres reanimados, ao invés de serem loiras ou morenas estonteantes, dotadas de curvas perigosas, eram equídeos de grande porte, fedorentos, babados, ensaguentados e esgazeados.
Fantástico! - Exclama a plateia, melhor só se as imagens fossem de alta definição.
Quando o Kevinzito resolve descansar, e depois de uma Catedrática discursar sobre fisiologia e problemas podais, entra em acção um ex-líbris nortenho da clínica de bovinos.
Eis o que aprendemos sobre as Emergências Clínicas em Bovinos:
- “Normalmente quando chegamos ao local o car*l** da baca está para explodir, e perdemos a filha da p*t*!”.
- “Mesmo que não haja nada a fazer e ela já estiver perto de Jesus, picamo-la sempre.”
- “O antibiótico mais adequado é sem dúvida…escolhido por cada um de vós…”
- “As situações que vos aparecem já vocês sabem quais são!”
- “Se não sabem o que é, necrópsia com a baca e logo ficam a saber quando a gaija estiver aberta!”
- “ A fluidoterapia não tem nada que saber.”
Releio os meus apontamentos e sorrio satisfeita, valeu a pena, sem dúvida, ouvir este ex-líbris, guardo religiosamente os ensinamentos preciosos que me guiarão no meu futuro de prática clínica. A chave de todo o conhecimento sobre o mistério Bovino!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A minha droga pessoal

- Mariana, o que faz aquela tira de bolachas na tua secretária que mais parece uma tira de cocaína?

domingo, 6 de dezembro de 2009

É mais útil lavar a máquina de lavar louça com uma escova de dentes do que fazer um turno de 12 horas no hospital da FMV.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A Lala é de opinião que ninguém vai parar ao Hospital Dona Maria por beber um Licor de Azeitão.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Grupo sanguíneo


- Qual é o teu grupo sanguíneo?


- HB+.





terça-feira, 10 de novembro de 2009

Aiiiiii! Que gente e que modos !!
Foi rés-vés Campolide!

Amor açucarado II

- Ai fofura, porque és tão doce?

- Agg...sou diabética.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Música ambiente

- Que queres ouvir? Piano ou orquestra?

- Piano!

- Vamos ouvir Yo Yo Ma.

- Yo Yo Ma é sempre bom! Gosto muito!

- Então vamos ouvir ópera.

sábado, 7 de novembro de 2009

Christmas socks

Já estão montadas as iluminações de natal :(

Não posso deixar de pensar:

"Christmas sucks!"

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Métodos anticontraceptivos eficazes

Uma amiga veio convidenciar-me o seu mais recente investimento nos métodos anticontraceptivos:
-Estou muito satisfeita!!
-Então?
-Agora quando o meu namorado vai dormir lá casa, ficamos no quarto reservado ao plano de contingência da Gripe A...
-E??
-Duhhhhh! Em ambiente estéril eu não engravido!
Toda a menina bonita também dá o seu peidinho.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

- Mariana, vocês em beterinária também analisam o esperma da baca?

- Não...

domingo, 1 de novembro de 2009

Amor açucarado

Ele para mim:
-Meu algodão doce, meu suspiro, minha pepita de chocolate, meu docinho de côco!
Eu para ele:
-Meu caramelo!

sábado, 31 de outubro de 2009

Rastreios

Há cerca de uma semana, exactamente 6 dias, que o danadinho do meu olho esquerdo se encontrava totalmente desassossegado!!!
O sacaninha, todos os dias se mostrava saltitante e anormalmente irrigado (estas características não eram simples devaneios psicológicos meus, eram perceptíveis ao exame físico de palpação e à inspecção).
O vício da profissão induz-me rapidamente a realizar uma urgente lista de diagnósticos diferenciais para hipertensão e stress oculares:
-Diabetes
-Glaucoma
-Cansaço ocular (leitura, computador, televisão…)
A lista poderia ser mais extensa, mas perdeu o interesse a meio, acho que me distraí.
Faço-me acompanhar de uma rapariga “bacana” e circulamos na linha azul do metro de Lisboa. Marquês de Pombal é a estação… Um rapaz loiro salta em direcção a nós e mal lhe consigo ver a cara, carrega múltiplas florezitas de peluche e numa voz esganiçada e de uma simpatia ensaiada pergunta se não queremos ajudar a Associação…
“E a mim quem me ajuda?” penso, rabugenta, o meu dia está a ser longo… A “bacana” olha para mim, se eu não a controlo vê-se obrigada a ajudar todas as associações, mendigos, pedintes e amigos próximos por não saber dizer “Não!”.
Recuso comprar uma florzita, apesar de ser solidária com a dita Associação. Tal acto não é suficiente para conseguirmos seguir o nosso caminho. A Sra. Lúcia Qualquer Apelido (ao que percebo da mesma Associação) pergunta-nos se nos pode fazer um rastreio: Diabetes! “Não custa nada, só uma picadinha no dedo, em troca de uma moedinha para a Associação!”
Diabetes? Olha… se bem me recordo era um dos diagnósticos que me atormentava para justificar o comportamento do meu rebelde olho atleta de ginástica rítmica…Claro que queremos fazer o rastreio! (Ignorei a face pálida e suada da minha companheira “bacana”…mal sabia eu o que me esperava.)
A Sra. Lúcia, solícita, senta-me numa cadeirinha em frente à sua mesa de rastreio improvisada e pega no álcool para desinfectar o meu dedo do qual vai extrair a gota da verdade …
Enquanto a “bacana” agoniza de ansiedade e medo ao meu lado, eu oiço a Lúcia, hipocondríaca com justificação, revelar todas as suas maleitas que, contudo, não a impedem de ajudar o próximo:
“Sabe, jovem, eu sofro muito de hipertensão. Sou diabética, padeço de ansiedade e de stress. O que me incomoda mais, sabe, é a apneia do sono, mas os joanetes é que me dão mais trabalho, fui agora operada a 5ªvez, porque…”
Arregalo os olhos e faço uma expressão de atenção e de pesar…a “bacana” continua lívida mas eu nem dou por isso.
A Lúcia prossegue: “Hoje em dia, há muitos camelos… olhe eu ajudo toda gente, ainda no Natal passado faleceu o Sr. Sousa e não lhe tem faltado nada…claro que também lhe ajudo a mulher e os filhos que ela não tem pernas a pobrezinha!”.
Após todo o ritual de desinfecção e de preparação da máquina que me iria medir a glicemia, a Lúcia pica-me o dedo, de onde brota uma gotinha encarnada…Compasso de espera…a máquina lê o resultado…………….88!!
Não sou diabética, maldito olho que me aterrorizou durante 6 dias, yeahhh! Venha esse bolo recheado de chocolate que eu não sou diabética! Weeeeeeeeeeeeeeeeeeee…..
Lúcia continua a bombardear-nos com a sua experiência de vida: “ Eu sim sou solidária, não sou como as madames que vão ajudar no Banco Alimentar e depois levam tudo para casa, não sobra um pacote de arroz para dar ao Nicolau…eu estou a recolher fundos…e você minha linda tem um pulso de atleta!”
Levanto-me da cadeira ainda a dançar de alegria por não ter diabetes e por me poder ir refastelar num banho de glicose.
A minha companheira “bacana” cai pesadamente na cadeira antes ocupada por mim e a Lúcia luta com ela para lhe agarrar o dedo, desinfecta-lhe o mesmo a custo e pica-a sem piedade. “Nãooooo!” grita a pálida “bacana” e, ao ver jorrar uma mangueirada de sangue do seu dedo, desfalece imediatamente, desmaia e caí no chão sujo do metro do Marquês de Pombal…Ela tem aversão a agulhas e a sangue e ninguém se lembrou…
Toda a equipa do INEM e várias corporações de bombeiros foram forçadas a deslocar-se ao local.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Aventuras depilatórias


No outro dia (há 3 semanas atrás) recebi uma sms de uma celebridade. Dizia ipsis verbis o seguinte: “…vou contar-te uma história para te rires um bocado. Estava eu a fazer a depilação com a maquineta, eis senão quando a dita apanha-me uma madeixa de cabelo! Em dois segundos fiquei com a máquina encravada a 3 centímetros da cabeça…ao tentar tirar a máquina, os cabelos partiram-se…felizmente não tenho um pitonísio como daquela vez que queimei o cabelo…”
Agarrei-me imediatamente ao órgão gástrico e soltei gargalhadas histéricas ao imaginar tal celebridade em tamanho sarilho. Mas, imediatamente um forte sentimento de solidariedade assolou o meu ser, afinal, também eu, uma década antes tinha sido vítima da mortífera e implacável máquina depiladora.
Posso, com firmeza dizer que nunca me senti muito fascinada, nem tão pouco convencida com tal utensílio de uso feminino. Por muito eficaz que fosse a maquineta incrivelmente publicitada, a verdade é que o seu uso se assemelhava a sofrer várias descargas eléctricas (uma por cada folículo piloso) por toda a superfície a depilar. Qualquer semelhança com as mulheres sorridentes e felizes dos anúncios televisivos era pura utupia e as dores sofridas pela minha pessoa eram comparáveis a ter urólitos em viagem descendente na uretra.
No entanto, num dos dias em que me senti invadida por uma coragem hercúlea e decidi usar o objecto do demónio, também eu fui vítima e também eu fiquei com a besta pendurada no metro e meio de cabelo que carregava comigo na época. Muito pior do que quando queimei os pêlos do nariz a cheirar uma vela de limão. E nunca mais toquei na maquineta, jaz solitária na sua caixa, coberta por um papel onde estão desenhadas algumas letras vermelhas: “Não tocar, perigo de penteado excêntrico”…

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Antes da descoberta do microscópio acreditava-se em coisas Fantásticas!
Se ler a Bola e a Maria domino o pensamento Nacional.

Riscas

Não sei o que tens contra as riscas.
O marca passo dos meus dias são as riscas...
Riscas.
As riscas dos lençois.
As riscas do tapete.
As riscas da pasta dentífrica.
Riscas.
As riscas do pacote de cereais.
As riscas da auto-estrada.
As riscas da cancela da portagem.
Riscas.
Também eu, agora, tenho qualquer coisa contra as riscas...
As riscas da tua camisa cientificamente engomada.
As riscas dos códigos de barras.
As riscas do confinamento do teu agir.
Riscas.
São um risco...as riscas são um risco!

domingo, 27 de setembro de 2009

Eventos Importantes em Portugal

Há dois dias atrás, passeavam as autoras deste magnânimo blog no Chiado, quando se depararam com confetis por todo o lado!
A calçada colorida intrigou-me:

- É Carnaval?

- Não. São as eleições.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

É bom, mas não faz mal.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A liberdade do cromossoma Y

Recentemente tomei a liberdade de realizar uma incursão à Cidade Invicta deixando pelas costas o meu berço, a “Capital do Império”…

Na mala, a simples vontade de testemunhar a miragem do conhecimento, do saber e da paz… as viagens têm esse efeito…

Dia sim, dia sim, dia sim, durante uma semana, partilhei o mesmo espaço fechado com um colectivo de cerca de 200 pessoas, todas elas ilustres doutoras nas áreas da psicologia, medicina, direito e criminologia… uma amostra da melhor vindima do saber português!

Os temas foram vários, e cada espécime retirou daquele encontro as conclusões que quis (ou que foi capaz!), eu sem dúvida guardei religiosamente algumas… entre elas: os mitos têm a sua força!

Uma voz revelou-me que, apenas há algumas décadas, havia a crença de que, era possível de modo inequívoco determinar o sexo das crias que um casal concebia.
Dito assim não parece magnífico, nem tão pouco espantoso, no entanto esta técnica remonta a uma era na qual a manipulação genética não tinha lugar…

O segredo consistia numa prática simples (apesar de eu a considerar arriscada q.b!):

-Se o casal pretendesse que a sua descendência fosse máscula, o marido deveria atar o testículo esquerdo, deixando apenas fluir a seiva do testículo contrário, o direito (produtor inequívoco da masculinidade).

-Se caso contrário o casal pretendesse acolher no seio da sua família uma delicada fêmea, o marido deveria atar o testículo direito (com um qualquer baraço) a fim de deixar fluir apenas a seiva do testículo esquerdo (produtor da feminilidade).

Diz quem viveu nessa época que era um método eficaz e sensível…
Eu pergunto: Como raio tem um individuo uma relação sexual com um testículo embaraçado?

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Agressão na via pública

Hoje, a caminho do IST para uma sessão de estudo intensivo com um amigo, pensava na extensa lista de parasitoses intestinais do cão.

Rapidamente me aluei destes assuntos coprológicos e notei nas cores garridas das saias das duas senhoras africanas que caminhavam à minha frente. Na minha direcção um homem de cor, com rastas no cabelo e boina artesanal colorida, empuleirava no ombro direito, com impressionante equilíbrio, uma tábua de madeira com cerca de dois metros de comprimento.

Divaguei sobe o carácter reggeano que estas três personagens davam à rua do Banco de Portugal.

"Concentra-te, Mariana!", pensei eu enquanto atravessava a estrada, em simultâneo com o senhor da tábua de madeira.

Foi quando me predispus a enumerar por ordem alfabética os parasitas intestinais do cão que senti uma dor atroz no nariz! Antes que pudesse pensar no nome de uma bicheza que fosse o senhor atingiu-me brutalmente com a tábua de madeira na cara! O meus óculos voaram 2,3 metros e eu vi estrelas amarelas, azuis e verdes, de tamanhos variados, em fundo negro.

Uma das senhoras devolveu-me gentilmente os óculos enquanto eu, agarrada ao nariz, apenas conseguia vociferar "Aaargh..."

Pus os óculos e vi três Bob Marleys preocupados, de tábua ao ombro, no meio da estrada, indecisos se haviam de continuar o caminho, desimpedindo a estrada, ou voltar para trás, arriscando agredir mais um transeunte.

Um impaciente condutor buzinou ferozmente ao meu agressor e eu passei a ver seis Bob Marleys.

- Eu estou bem, Bob... - disse eu fazendo um gesto foleiro com a mão.

E segui o meu caminho, não muito a direito, enquanto as senhoras comentavam o barulho que tinham ouvido aquando do acidente.

O estudo até correu bem.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Modelo artística

Apanhei o cabelo de forma artística com uma mola cor-de-laranja.

- Com esse pentado pareces uma modelo Klimtiana! - Disse a minha mãezinha.

- Hum... Tenho coxas para tal!...


Dánae, Gustav Klimt

domingo, 23 de agosto de 2009

Sou como a Bolacha Americana:
sou fixe e sou bacana!
O meu nome é Mariana!

Interrogações de uma Mãe

Quem, no quarto 122, mergulhou a marmelada num abismo profundo?

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Palavras de um homem

Dava, aqui e agora, um braço em troca de um torresmo.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Aldeias

“ÓOOOOO! Uma coisa tão pequena fez uma filha tão grande!”
Tradução: Não dava nada por ti e afinal ainda fizeste uma filha mal jeitosa e gorda.
“AAAAhhhhhhh! Estás tão boa! Tão linda!”
Tradução: Credo se engordas mais vais parecer um tocinho.
“D´lhá! Deste um pulo, estás uma mulher crescida e bonita!”
Tradução: Qualquer dia não cabes na porta.
“ÁAAAA cara linda!”
Tradução: os teus olhos são bonitos mas devias cortar esse cabelo espigado.
"Uiiiii, já foste à praia!"
Tradução: Essa pele está uma miséria.

sábado, 1 de agosto de 2009

Brutalizem-me esses cães com a mânica de podar.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Numa aula sobre a Gripe Suína, no anfiteatro, o professor decide constatar publicamente:

- Se vivessemos todos nesta sala durante 6 meses, sem ar condicionado e comida... olhem, andávamos aqui a comermo-nos uns aos outros!...

terça-feira, 14 de julho de 2009


Este blog tem o patrocínio de ouro de Prozac (ou qualquer fármaco genérico do mesmo) autorizado por uma entidade médica e pelo Infarmed, na quantidade de 4 comprimidos diários partilhados equatitativamente entre as duas mentes criadoras residentes.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Hoje, estava à espera do autocarro, ouvindo a minha música com deleite, quando reparo que um velho com dentadura bailarina estava a falar comigo.

- Eu vou no 12. - partilhou ele comigo.

- Eu vou no 30. - respondi.

- Cada um vai para o seu lado.

- Assim parece.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Frutos de casca rija

O amigo:
-Precisas sair da casca!
Ela:
-E quem me descasca?

terça-feira, 7 de julho de 2009

Birger Furugård (1887-1961)

Veterinário.

Líder do Movimento Furugård, o grande movimento Nazi da Suécia nos anos trinta.

Dediquem alguns minutos a dissecar a sua degradante biografia de partidário da extrema direita. (Em qualquer wikipédia perto de vós!)


sábado, 4 de julho de 2009

Episódios macabros de sábado de manhã


Hoje, a caminho do estágio de orquestra da ESML, tive uma das conversas mais estranhas e, diria até, assustadoras da minha ainda curta existência.

Infelizmente, aos sábados, o autocarro 799 que costumo apanhar para chegar à Escola, não circula. Como é óbvio, desconhecia totalmente este relevante facto e esperei uns 20 minutos pelo autocarro. Ao 21º minuto de espera achei por bem verificar o horário do 799 e contra factos não há argumentos: fui para outra paragem e apanhei a carreira 3.

Entrei no autocarro e sentei-me ao lado de uma velhota com excesso de peso. Como o autocarro 3 estava a dar voltas labirínticas por Benfica, zona que desconheço por completo, decidi perguntar à senhora de idade se aquele autocarro parava efectivamente ao pé da Estação de Benfica, porque sinceramente, já não confio em mim própria no que diz respeito a confirmação de horários e percursos da Carris, essa nobre instituição.

- Oh, menina! Pára, sim senhor! - respondeu a senhora exibindo os seus seis dentes.

- Muito obrigada!

Simpática a senhora. Achei eu.

- Sabe que eu quando vou à casa de banho para mijar, faço de pé!

Esta conversa é comigo? Não pode ser... Com certeza é na sequência de uma qualquer conversa com outra velhota e que eu, na minha distração habitual, nem ouvi.

A velhota agarra-me no antebraço com força. É mesmo comigo que ela fala.

- É assim, eu pego em papel higiénico e levanto o tampo da sanita, depois arregaço as calças e mijo! - explica-me, presenteando-me com um gafanhoto semi-sólido que aterra na minha bochecha esquerda, demasiado perto da boca do que eu gosto de recordar. Se por um lado estava petrificada, por outro perguntava-me que queria ela dizer com arregaçar as calças para urinar, mas não ousei perguntar. Na verdade, não sei se queria mesmo saber a resposta. - Era assim que eu fazia, quando era peixeira e trabalhava no Cais do Sodré! Mas agora aquilo é tudo restaurantes. Estão lá todas! Todas! Casadas, viúvas, solteiras! Agora vai tudo para lá!

Este discurso não me pareceu coerente mas eu confesso que o meu cérebro encontrava-se 30% focado na conversa e 70% concentrado num gafanhoto branco que bailava nos lábios rugosos da senhora e que ameçava saltar para o meu olho cada vez que ela dizia um "F" ou um "P".

- Oh menina! É aqui a Estação de Benfica! Tem de sair agora!!!

Saí atrapalhada do autocarro, brutalizando os passageiros com o violoncelo que levava desajeitadamente às costas, apenas com uma alsa.

Hoje de manhã não precisei de beber café.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Generation Gap

Há medida que os séculos vão passando tem-se tornado mais e mais complicado encontrar uma pessoa com quem partilhar a vida.

Se dantes os casamentos eram arranjados ou combinados e eram raras as pessoas que se juntavam por amor, hoje em dia ninguém se contenta com menos que the one true love.

E como se encontra o better-half? O significant other?

Naqueles momentos em que reflicto sobre a sociedade e faço estudos retrospectivos sobre questões socio-amorosas da mesma, chego a interesantes conclusões. Encontrar o mais que tudo é pura e simplesmente sorte. Nada mais que sorte, cósmica, mágica, estúpida, inacreditável... sorte!

Reparem:

  • Os jovens entre os 15 e os 25 anos têm descoberto xuxus, sérios e não tão sérios, no local onde se encontra tudo o que se quer - a internet.
  • A geração rasca, entre os 25 e 35 anos, encontra-se, ainda hoje acompanhada pelo amorzinho da sua vida, que lhe saiu no pacote de batatas fritas da Matutano e que na altura queriam trocar por três Tazos ou um Mastertazo, embora isto seja um tema tabu entre eles.
  • Os cotas, entre 35 e 55 anos, recordam com nostalgia o dia em que o ex-marido/ex-mulher ou ex-alma-gémea, lhes saiu numa embalagem verde de farinha Amparo.
O que estará guardado para as gerações futuras?

terça-feira, 30 de junho de 2009

Fotocopiar é um trabalho muito complicado!

Hoje a minha patroa pediu-me encarecidamente para ir até ao Centro Comercial fotocopiar uns documentos de extrema importância.
Dirigi-me ao balcão do estabelecimento certificado e pedi para fotocopiarem os ditos documentos (alguns A3, outros A4, uns apenas frente, outros frente e verso). O empregado franziu o sombrolho, bufou e não sei se imaginei ou se chegou ainda a espumar:
-'Ocê sabi qui assim fica cômplicado?
-Desculpe?
-'Ocê sabi qui assim a máquina vai encravá?
-Diga?
-Cara, 'ocê chega com essi négócio todo enrroládo, assim não posso por na máquina não!
-Não é complicado, separe por tamanhos e faça um trabalho de cada vez. (Custa assim tanto ser competente?)
-Gentiiiiiiiii vô demorá horas djimáis!
-Não faz mal, vou as compras volto mais tarde, obrigada!
-Qui tróço, pô!
Ignoro a irritação do funcionário, devo tê-lo confundido com alguém que ali devia estar para tirar fotocópias...
Vou á minha vida, que se resume a comprar um pacote de leite e um frasco de acetona e quando volto ao estabelecimento de fotocópias já não encontro a pessoa amável que me atendeu.
-Boa tarde, vim buscar um trabalho que deixei aqui a fazer há pouco, bláblá blá .
-Sim, só um momento.
Entretanto, enquanto espero, vejo entrar um novo cliente que pergunta duvidosamente:
-Aqui fazem fotocópias?
Congelo. Estou num estabelecimento de fotocópias e alguém pergunta se as realizam? Ai! Devo ter a graduação dos óculos desactualizada! Isso explica porque provoquei a fúria do outro funcionário!
O empregado entrega-me as minhas fotocópias (enquanto suspiro de alívio por afinal não estar no sítio errado) e grunhe:
-Se fazemos fotocópias? Não vê as máquinas? Não fazemos nós outra coisa todo o dia...
Revoltei-me, o cliente foi claramente incompreendido. Depois de ter a certeza que estava no lugar correcto identifiquei-me com ele. É que... no local onde trabalho existem 6 máquinas fotocopiadoras, um terço delas está sempre avariado, das restantes um quarto está em manutenção, uma está encravada e a outra ocupada com trabalhos pedidos pelo chefe. Sim, sobra uma, mas essa serve de balcão/mostrador para os produtos de beleza que a Alzira vende à comissão.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Palavras de uma mulher

Há muito tempo que não faço um bom Looping.
Quero uma vivenda no rés-do-chão!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Infracções rodoviárias

No outro dia comprei um roupeiro para o meu quarto. Fui buscá-lo à Moviflor de Alfragide e pedi a um amigo que viesse comigo, já prevendo a necessidade de fortes e másculos braços.

E não me enganei, efectivemente foram precisos esses braços e teriam dado jeito mais três pares de força igual ou superior. No que me enganei foi nos cálculos relativos ao comprimento do armário VS comprimento do carro do meu irmão.

Com inacreditavel falta de jeito e com ajuda de um senhor da Moviflor, curiosamente semelhante ao Incrível Hulk, conseguimos encaixar o móvel no carro em posição longitudinal. Infelizmente esta era a única posição em que o roupeiro cabia no automóvel, impossibilitando a segura mudança de velocidades e impedindo totalmente a visibilidade para o lado direito.

Fomos para Lisboa a 50 Km/h na A5 e atravessámos a cidade por caminhos desconhecidos, evitando qualquer encontro com agentes da autoridade.

Não fomos sucedidos. Um polícia de bigode mal aparado, barriga de cerveja e óculos escuros à aviador mandou-nos parar o carro.

- Calma, fica calma. Faz cara de santa e pode ser que ele deixe passar. - aconselhou o meu amigo.

- Não vai deixar passar... estou lixada... nem tenho a carta há um ano...

O polícia aproximava-se, fanfarrão, enquanto eu pensava no bom que era que alguém fosse assassinado ali ao meu lado para que pudesse fugir a 120Km/h, em plena cidade de Lisboa e sem visibilidade à direita!

Baixei a pala para proteger os olhos do sol e as minhas feições do polícia.

- Ora, muito boa tarde. Carta e documentos da viatura, faz favor.

O meu amigo protegido pela embalagem monstruosa murmurava palavras indecifráveis. Talvez me estivesse a dar instruções que não ouvia. Talvez rezasse. Talvez chorasse.

Encostei a cabeça para trás e li:

- Questo veicolo è dotato di un dispositivo inerziale di securezza per l'interruzione dell'alimentazione carburante in caso d'urto! Consultare il libreto di uso e manutenzione!!

O meu amigo não se mexeu. Eu fiquei a olhar em frente. Tinha lugar certo na penitenciária.

- AH! La bella Italia! Spaghetti alla bolognese! - exclamou o polícia.

Fiquei parva...

- Allegro molto moderato!... - respondeu o meu amigo do outro lado do roupeiro.

- Portugalo bello! Não é? Si?

- Assai bellissima la insalata di ricota e parmesano reggiano! Encore il intermezzo adagio e mille bacci di castrati!...

O agente da autoridade pareceu algo confuso.

- Bom... sigam, sigam... ciao!...

- Ciao, arriverdeci, martini!
Agora é que elas mijam na cuequinha!

Crise

Não tenha vergonha de comprar barato!!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Metal, Guitarras Eléctricas, Cabedal e Cabelos Compridos - Paraíso ou Reino de Hades?


É do conhecimento do público leitor deste blog que, as autoras (de momento uma mais que outra) , fraquejam muscularmente, sofrem de ptialismo, sentem insectos nos orgãos gástricos e deliram com rapazes metaleiros, de cabedal, com mais de 20 cm de cabelo ou com um lado dark acentuado...
Se estes rapazes tiverem uma guitarra eléctrica, um baixo ou um violoncelo nas mãos chega mesmo a acontecer, em nós, o estado RIP...
Um dos meus hobbies preferidos é, pois, pois e tal, coiso...Ir a concertos procurados e venerados por esta facção masculina.
Antes de me chamarem nomes ou acharem que vou a estes ajuntamentos qual leoa em busca de presas, desenganem-se e contenham-se. Vou porque gosto de metal. As vistas? São um bonús, um exercício antropológico e alvo de anotações sobre psicologia sociológica.
Nos últimos concertos a que fui, alguns dos quais sozinha (os que mais rendem em número de páginas do caderno de apontamentos sobre o Homo Sapiens Gadalhudus Metalensis), pude apontar algumas características curiosas, mas muitas ainda sem uma explicação científica coerente.
Grupos como Moonspell, Metallica, Apocalyptica e Marilyn Manson foram a banda sonora das minhas investigações e vou, agora, partilhar aqui alguns dos achados (mantendo privados os mais relevantes, claro, não vá eu um dia querer publicar um artigo na Science for Fools Magazine).

1- O Homo Sapiens Gadalhudus Metalensis, apesar de fazer as delícias de várias gerações de mulheres, normalmente desloca-se em manada com índivíduos da sua espécie.

2- O Homo Sapiens Gadalhudus Metalensis tem como meio de transporte preferido o Motociclo.

3- Alguns degenerados desta espécie pura (que normalmente traiem o metal com o gótico) são mais solitários e preferem uma Noiva Cadáver à manada de Homo Sapiens Gadalhudus Metalensis.

4- Homo Sapiens Gadalhudus Metalensis que se preze tem a sua banda de garagem e uma ou duas tatuagens.

5- Grande parte destes espécimes Homo Sapiens Gadalhudus Metalensis vão a estes concertos porque têm necessidade de contacto físico (ou não, mas é a única explicação que tenho para as lutas, os "moches" e os milímetros de distância que guardam uns dos outros - em concertos de outros estilos o ar é mais respirável).

6- O Homo Sapiens Gadalhudus Metalensis tem a motricidade aumentada, é sempre facil vê-los a dedilhar guitarras inexistentes ou a tocar baterias transparentes. Movimentam também com maior frequência a cabeça em círculos de dimensões variadas.

7- O Homo Sapiens Gadalhudus Metalensis gosta de fazer cara de mau mesmo quando dorme com a tartaruga de peluche que o avô lhe deu.

8- O Homo Sapiens Gadalhudus Metalensis tem o campo da linguagem reduzido, por vezes consegue no entanto, para além de cantar as letras das músicas de Pantera, grunhir em tons sustenidos e bemóis.

9- O Homo Sapiens Gadalhudus Metalensis só veste preto (por vezes cabedal) e normalmente usa camisolas alusivas a bandas de metal... e.... é lindo de morrer :)

10- É segredo!!!

Resumindo são uma espécie a estudar e muito atraente, mas... Cuidado, muito cuidado...
E recomendo a todas as moças casadoiras (como eu, cof cof) que se mantenham longe...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O primeiro sinal de cardiomiopatia dilatada canina pode ser a morte súbita.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

In you I see it all

In You i see it all!!! But you´re blind :(

In you I see it all!! Shame I am myopic :(

In You I see it all...Oh noooo. I don´t see!! It´s too small! :)

Uma certa religiosidade

Não percebo a pressa que algumas mães têm em ser avós...
"Ai filha netos! Tens que me dar netos!"
-Sim, claro mãe daqui a uns oito aninhos penso nisso.
"Não filha, agora, agora já!"
-Hein? Neste momento, só se for do Divino!
"Do Divino não filha, de um gadelhudo morenaço!"
Mas o Divino não é um dos gadelhudos mais famosos da História do Planeta? Hummm será que também tocava guitarra?

terça-feira, 16 de junho de 2009

Artes circenses femininas

Às vezes invejo essas loucas senhoras apetrechadas de andas! Conseguem sempre equilibrar-se, independentemente da sua área, volume ou peso, naqueles maravilhosos “sapatinhos” de 13cm salto de agulha (ou de alfinete ou de plataforma).
Fico estupefacta! É decididamente um acto corajoso porque as “moças” andam como se calçassem botas todo terreno e fossem a GI-Jane: chuva, sol, neve, lama, calçada portuguesa, alcatrão, areia, cinza vulcânica…não há piso que as faça vacilar!
Normalmente o design e a finura do salto sobressaiem ainda mais porque este vive de um material (vidro, plástico, metal, madeira…) e de uma cor (rosa fúscia, cor de laranja…) diferentes do habitual.
Ainda que desenhem rotas serpenteantes e evitem as três mil irregularidades da calçada (notar que fazem tudo isto com um olhar confiante e de cabeça erguida), há quase sempre um deslize, uma falha, uma posição errada de joelhos e um sorriso na cara dos que passam.
Claro que, se eu alguma vez perdesse o juízo e tentasse o utópico acto equilibrista, o resultado seria sempre uma situação entre uma desastrosa passagem forçada a uma posição horizontal, o hematoma ou a rotura de ligamentos. Acho que não vale a pena arriscar!
Um beijo repenicado a quem inventou os ténis!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

sábado, 23 de maio de 2009

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Os meses mais quentes estão a chegar. Cuidado com as Radiações Ultraviolentas.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Nuestros hermanos

Os Espanhóis adoram traduzir expressões e palavras que NUNCA deveriam ser traduzidas.
A saber:

Email - Emilio

Big Apple (Nova York) - Gran Manzana (!!!)

Hot dog - Perrito Caliente (Este tem lugar no top das minhas preferidas...)

Kit - El coche fantastico!

E deixem os tipos continuar a ser inventivos!

Insanidade Familiar - estudo de caso - III

A minha mãe fez pescada cozida para o jantar de ontem. Felizmente, detesto esse peixinho sensaborão e comi outra coisa, porque a minha mãe deciciu cozer a posta dentro do seu invólucro de plástico.

Serviu os pratos, acompanhando a pescada com batata cozida e couve-flor, temperando a posta embalada com azeite, vinagre e um pouquinho de pimenta. Um petisco.

Observei, com interesse científico, as duas mulheres portadoras do gene ins, e a quem devo a vida, debaterem-se com a textura misteriosa do peixe. Registei no meu caderno de estudo as expressões faciais de incompreensão, curiosidade e frustração ao se depararem com uma consistência pisciana fora do normal.

Hoje encontrei um estudo retrospectivo de 1998, que mensionava o uso de queijo envolvido em plástico numa lasanha, fenómeno que ocorreu cerca de três vezes nesse ano.

Enquanto alguns leigos pensariam que a minha mãe apenas procurava uma económica e mais prática técnica de cozido a vapor, eu, na qualidade de investigadora científica, sei que casos como este ultrapassam largamente a normalidade da mente humana. O estudo da Insanidade Familiar tem-se revelado extraordinariamente gratificante - a recolha de dados é abundante e contínua e em breve poderei começar a tirar as primeiras conclusões!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Livro Infantil Alemão








Mas é assim, não é?

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Confianças com as alunas

No placard do 4º ano estava pendurado o seguinte anúncio:

Para a aula de palpação rectal é necessário trazer o vestuário/calçado que julguem adequado.

Na minha interpretação deste pertinente aviso, não é obrigatório a utilização de qualquer de material específico, sendo que cada um decide que protecção acha necessária. Alunos mais velhos já me tinham avisado que é mais fácil ter falta por excesso de material do que por falta de material. Passo a explicar: o professor não podia importar-se menos se estamos de cuecas a fazer a palpação rectal, o que lhe interessa é que tenhamos as unhas curtas e que não usemos pulseiras ou anéis. Se isto acontece, ou roemos as unhas ou temos falta, porque não podemos realizar a aula.

Ora, umas inocentes raparigas Italianas, que vieram em Erasmus estudar para a nossa bem-amada Faculdade, não trouxeram o dito material de proteção. Vinham todas contentinhas com as suas calças à pirata, sabrinas e uma bata curta, por cima do joelho. O professor não se inibiu de comentar:
- You'll regret not wearing protection... - disse, com cara de quem estava a fazer um trocadilho sobre o uso de preservativo.
- Why?
- You'll see, babes... You'll see...

Uma curiosidade: fiz esta aula com umas belíssimas unhas pintadas de... vermelho! Foi uma bela de uma tourada.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O conceito de que há sempre lugar para mais um, só é válido para um tema e apenas um tema em concreto:
O concurso de quantas pessoas cabem num automóvel Twingo...

terça-feira, 28 de abril de 2009

Lost

Há três semanas perdi o meu Lisboa Viva. Deixei-o cair na estação de Metro do Colégio Militar. Fiquei bastante chateada, irritada, mal disposta, mal humorada e com urticária atrás do joelho. Pedi imediatamente um novo, que foi feito com urgência e passado uns dias tinha um Passe que reluzia e cheirava a plástico. Coloquei-o orgulhosamente numa bolsinha verde do Banco Agrícola para que não perdesse rapidamente essas maravilhosas características!

Ontem perdi esse Passe. Não sei onde o perdi. Infelizmente não posso telefonar para ele, porque não toca. Arrumei o meu quarto a fundo na esperança de o encontrar. Procurei-o no carro do meu irmão e no carro da minha mãe. Procurei-o em todos os bolsos de todas as calças e de todos os casacos. Arrumei a dispensa e descobri o par perdido dos meus ténis azuis e uma receita médica fora do prazo. Mas o paradeiro do Lisboa Viva continua uma incógnita. Está perdido. Para sempre.

Ser eu cansa.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A Revolução dos Cravos e a Metrossexualidade dos Touros


Recentemente estive num encontro nacional de prestigiados Veterinários e aspirantes a tão nobre posição na teia social.
O encontro durou todo o fim de semana e coincidiu com as comemorações da Revolução dos Cravos: o 25 de Abril! Mas claro, a plateia só se emocionou quando um qualquer orador referiu que 25 de Abril era um dia importantíssimo e que todos os Portugueses deviam comemorar esta data:
Comemora-se no dia 25 de Abril o Dia Mundial da Veterinária, uma ocasião organizada desde 2000 pela Associação Veterinária Mundial (WVA) e pela OIE – Organização Mundial de Saúde Animal.

Mais importante que este deslize no patriotismo, para mim, foi uma palestra sobre Touros de Lide (independentemente das conclusões a tirar deste post gostei muito da dita palestra).


Imagine-se que a tendência para a metrossexualidade já chegou ao campo, aos mais (ou menos) garbosos Touros de Lide das mais conceituadas ganadarias! (Oléee toiiiiiiro liiiiindo!!!).

Um distinto Veterinário deu a conhecer à mais ilustre plateia de sempre das Jornadas em questão, algumas das mais importantes técnicas cirúrgicas que em muito contribuem para a saúde e bem estar dos Toiros Portugueses:



É do senso comum que apenas Touros em plena saúde e em excelentes condições físicas (e com TUDO no sítio!) podem "debater-se com honra" (sublinho que a expressão é de um qualquer betinho brazonado) nas arenas. Desta forma, estão a ser realizadas as seguintes cirurgias:


a) Implante de caudas por inteiro ou apenas por extensões das mesmas:



Existentes com as mais variadas cores e tonalidades (para aplicar no local onde deveriam estar as ausentes caudas por defeito genético ou trauma). É também possível escolher no matadouro fornecedor o comprimento e os reflexos das ditas caudas, resultantes do abate de umas grandessíssimas vacas...


b) Implante de testículos de silicone:



Consiste em dar alguma dignidade aos desgraçados dos Touros que por alguma infelicidade perderam parte do seu abono de familia. A técnica cirurgíca é refinada: é feita uma incisão na virilha do animal, colocado um preservativo (de preferência não usado) e de seguida o mesmo é injectado com silicone de reparação das casas de banho.



E voilá! A cirurgia estética é o Futuro da Veterinária em Portugal...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

As mosquinhas que entram no nariz são inconvenientes. Como a verdade.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Sui genericidade dos bairros lisboetas - II

Hoje a minha avó contou-me que uma senhora que também frenquenta o seu Centro de Dia, teve uma aflição na noite anterior e foi preciso chamar o INEM.

A ambulância chegou rapidamente à Rua Palmira e os paramédicos ajudaram diligentemente a velhota num momento tão difícil. Acharam pertinente levá-la ao hospital para acompanhamento médico, mas quando desceram as escadas do prédio e sairam para a rua com a senhora ao colo não encontraram a ambulância.

Tinha sido roubada.

domingo, 19 de abril de 2009

Sabedoria Ribatejana

Vacas filhas de um cabr@o! São tão reles que até cagam Merd@!

sábado, 18 de abril de 2009

Episódio trágico-cómico



O ano de 2009 não tem sido generoso para os meus pequenos animais de estimação.

Em Fevereiro, o meu porquinho-da-índia sucumbiu ao tratamento de uma pneumonia, que consistia num antibiótico que, vim mais tarde a perceber, destruia a flora intestinal destes roedores, conduzindo-os inevitavelmente a uma morte diarreica.

O meu hamster teve uma morte mais rápida e provavelmente com menos sofrimento. Mas foi uma morte macabra. Ele foi... assassinado. Assassinado por mim, a dona.

Speedy Suicidy, era o seu nome. Era um Hamster Anão Russo Siberiano, mais rápido que uma bala e tinha tendências suicidas, atirando-se repetidas vezes de alturas mortais. A sua alimentação era à base de sementes de girassol. Pacientemente, tirava a casca e deliciava-se com a semente. Não tão pacientemente se preocupava com o brio das suas instalações residenciais e deixava as cascas espalhadas pela gaiola de três andares.

Eu, a dona, zelosa do seu bem estar, limpava as cascas, aspirando-as, uma técnica totalmente segura: enquanto o Speedy estava num andar, eu aspirava o outro.

Ontem, realizava essa tarefa, concentradamente, quando a minha mãe grita:

- Olha que ainda o aspiras!

- Não, mãe. Faço isto muitas vezes. É totalmente seguro.

Juro que virei a cara apenas durante os 0,8 segundos que durou esta resposta. Mas quando voltei a olhar, deparei-me, horrorizada com duas patinhas de meio centímetro que esperneavam com pânico à entrada do tubo do aspirador.

Rapidamente desliguei o aspirador e desmontei o tubo, na esperança de que ele ainda lá estivesse. Não estava. Abri o aspirador e palpei o saco, à procura de movimento. Não havia. Abri o saco do aspirador: era tudo cinzento, da cor no bicho. Demorei alguns minutos a encontrar o seu pequeno cadáver por entre o pó aspirado durante cinco meses. Era, efectivamente, nada mais que um cadáver. Voltei a enterrá-lo no pó, que se tornou a sua derradeira residência.

Ironia da vida: um hamster com tendências suicidas é assassinado pela sua própria dona, uma estudante de Medicina Veterinária.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Insanidade Familiar - estudo de caso - II

Ontem a minha avó comentou que tinha utilizado um champô azul. Mas nós usamos Herbal Essences Flor de Maracujá, que é amarelo. Fui à casa de banho ver o que poderia existir de azul, temendo que tivesse despejado Ajax Fabuloso Lava Tudo Montanha na cabeça.
Enganei-me redondamente. Não só o Ajax que utilizamos é Ajax Fabuloso Lava Tudo Floral que é cor-de-rosa, como reparei que o Dystron Líquido, para a higiene íntima da mulher, estava alarmantemente vazio. Podia pelo menos tê-lo utilizado noutros cabelos, que não os da cabeça.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Brokeback Mountain - Versão Ribatejana

Em plena Lezíria Ribatejana, sobre o sol ardente, o meu orientador de estágio extra-curricular enrruga a testa...
Fico imediatamente atenta, certamente me vai revelar mais um segredo ribatejano, alguma tradição dos campinos da Charneca ou partilhar alguma teoria filosófica veterinária (ou humana). Estamos os dois encostados a uma cerca de arame farpado. Uma mulher robusta e de formas arredondadas, com falta de alguns dentes, de cabelo crespo e curto, suja e vestida com uma indumentária semelhante a um pijama empunha um cajado e grita esganiçada na direção do rebanho de ovelhas:
"Ora Váaaaaaaaaaaaa! Ora Váaaaaaaaaaaaaaa, para a manga filhas de um cabr@o!"
Tenho vontade de rir...controlo-me, até porque sou eu que vou vacinar as bichas...e a seringa metálica que tenho na mão mete respeito e não a desejo espetada em nenhuma parte do meu corpo.
O meu orientador revela o que o atormenta:
-Sabes, foi assim, desta maneira que nasceu a homossexualidade!"
-Desculpe? O Dr. tem alguma teoria confirmada em campo, é?
-Repara, repara atentamente nesta mulher: voz esganiçada indicada para chamar o pessoal para a mesa comer, um aspecto que Deus me livre e... Não sei, parece-me que qualquer homem, com este tipo de mulher como companhia, rapidamente acha o seu companheiro pastor ou campino um ser MUITO mais atraente!
Fico sem resposta...Está mais que explicado e em certa medida bastante compreendido.

A FMV, por vezes, exacerba-me a vontade de abrir crateras no meu próprio crânio com um saca-rolhas de titânio!

terça-feira, 14 de abril de 2009

O poder do vermelho - III - Poder ao Quadrado


Hoje, passava eu, inocentemente, pelo Hospital D. Estefânia, com o meu violoncelo às costas e vestindo o meu casaco vermelho, quando, de repente, e sem aviso prévio, se iniciou uma chinfineira infernal! Parecia que as alminhas do Inferno se tinham escapado e gritavam, exorcizando o seu sofrimento Eterno. Os transeuntes, eu incluída, assustaram-se; uma velhota chegou mesmo a sofrer uma síncope, desfalecendo em cima de um senhor de meia idade que, ainda em choque, mal conseguiu amparar a queda da geriátrica.

Eram os pavões do Hospital, que gritavam, enraivecidos, ao meu violoncelo, o seu ódio exacerbado pelo acompanhamento rubro do meu casaco. Empoleirados na rede da sua gaiola de 350x200 centímetros por 250 centímetros de altura, não se cansavam de vociferar furiosamente, assustando as criancinhas, que rapidamente iniciaram um choro incoercível, que nem as enfermeiras nem os pais conseguiam sossegar.

Todas as pessoas estavam assustadas e alarmadas; ninguém compreendia o que se passava. Excepto eu. Eu sabia o que originara aquele espectáculo de horror - a dupla encarnada. Assim afastei-me do local, observando por cima do ombro a confusão geral que deixava para trás: as enfermeiras e pais que tentavam acalmar as criancinhas, os peões que tentavam reanimar a velhota, pois não conseguiam deslocar 93,6 Kg de peso-morto da entrada rodoviária para o Hospital, o que contribuia para o crescente e impaciente engarrafamento da Rua Jacinta Marto.

Mal saí do campo de visão dos pavões, estes calaram-se, voltando à sua rotina diária, que consiste em nada fazer. As criancinhas continuaram o pranto, até que perdi o seu som à medida que descia a rua.

Decididamente preciso adquirir uma capa nova para o meu violoncelo. Talvez seja prudente usar menos este casaco. Certamente nunca mais sairei em público com esta mortal combinação!

sábado, 11 de abril de 2009

Dilemas diários profession-specific

Resina - é colocada nas cerdas do arco e é essêncial para que haja atrito entre as cerdas e as cordas, gerando som.


Tenho uma amiga, Mad Piggy, que toca viola. Viola de arco, não é guitarra, devo esclarecer.

No final de uma semana de árduo trabalho, juntámo-nos para um café, cansadas, e ela desabafou comigo:

- Fiz uma grande porcaria no fogão da cozinha! Resolvi seguir uma técnica do Jonas para derreter a resina e juntar os pedaços... Resultado: aquilo quase explodiu e espalhou-se tudo pelo fogão. E fiquei sem resina!...

- Oh minha porca badalhoca! - explodi eu, um pouco irracionalmente - Experiências resinais no fogão da cozinha? No da cozinha??? Por que não usate o da casa de banho? ...tse tse... Deixa lá que eu já fiz essa mesma badalhoquice nos meus primeiros anos de violoncelo, quando partir resinas, para mim, era como tomar banho de manhã. Depois de muitas resinas destruidas, os meus pais não me quiseram comprar mais nenhuma, então experimentei a técnica do fogão e foi uma grande cagada, difícil de limpar ainda por cima! Já não temos esse fogão. Agora temos outro. Na cozinha. A partir daí o meu pai, que tinha adquirido recentemente um maçarico para a sua oficina, passou a colar-me os fragmentos com auxílio dessa engenhoca perigosa.

A minha amiga ficou calada, pelo que continuei, para não criar um daqueles silêncios desconfortáveis.

- Agora transporto a resina numa pequena caixa de plástico que foi um recipiente de um creme para as mãos da Sou (o mais barato do mercado - cerca de 2€. Não é um mau creme). Transporta também o útil corta-unhas, para dias de aula/audição em que me esqueço de cortar as garras assassinas, e uma moeda de 20 cêntimos, caso seja preciso... hmm...

- Uma pastilha?...

domingo, 5 de abril de 2009

Karma


Hoje, nós, as famigeradas Autoras deste magnífico e mui apreciado blog fomos dar um passeio. Rumo ao Parque dos Poetas, no carro da minha co-autora e amiga, passámos por um cartaz que anunciava "Feira Esotérica de Oeiras". Não pudémos deixar de ir, nunca chegando a passear nas belas imediações do Parque dos Poetas.

A Feira Esotérica era constituída por várias tendas dispostas em dois corredores - o corredor das tendas de leitura de Tarot, Mãos, Numeralogia, etc., e o corredor de produtos variados, como mézinhas complicadas com bases oleosas, candeeiros de papel, pedras dos signos, águas de colónia com nomes sugestivos ("Atrai Freguês" para Atrair, Seduzir e Conquistar) e... cartas astrais!

Escolhemos, sem pensar duas vezes, a carta astral relacionada com a nossa vocação profissional, numa tentativa desesperada de encontrar orientação para atingir a verdadeira realização pessoal.

Em apenas 3 minutos tinhamos na nossa posse, cada uma, um conjunto de 14 folhas que continham a sabedoria, a orientação, a luz!

Sem grandes delongas, saltámos para a página 14 - "Síntese: O Talento único". Eis senão quando nos deparamos com a horrenda verdade... entre primeiros empregos, para os quais temos vocação e que estão sintonizados com a essência do nosso ser, estava, desavergonhada, a Veterinária.

Abaladas, como se o destino nos tivesse dado uma bofetada, encostámo-nos nas costas do banco e assim ficámos, folhas caídas no regaço, em silêncio, durante um período de tempo que nenhuma de nós pode precisar.

- Afinal, não tenho culpa das minhas escolhas. É kármico!
- Só de pensar que se tivesse nascido um pouco mais tarde ou mais cedo, tudo poderia ser diferente... Não era preciso muito! Seria coisa de 15 minutos!
- A culpa é das nossas mães!
- Pois é!!!

Já nos preparávamos para amaldiçoar as nossas mães quando nos lembrámos que, na verdade, ambas tivemos alguma dificuldade para nascer: uma ficou com o nariz entalado no canal e outra vinha com a cabeça toda torta, sendo necessário rodá-la com o auxílio de uma ventosa.

- Afinal somos responsáveis...
- Sim...

Resignámo-nos à evidência. Estamos destinadas a tornar-nos veterinárias, nem que seja apenas pelo canudo. Após alguma meditação atingimos uma paz interior - o karma é lixado, não há por onde escapar.

sábado, 4 de abril de 2009

Hoje estive a ouvir o Stabat Mater de Pergolesi. Identifiquei-me.
*

segunda-feira, 30 de março de 2009

Ai Maria Maria! Quem te fez a ti, fazer um par de marrecos mais valia!

Monumentos Londrinos - Take 2

Alguns dos leitores recordaram a nossa querida Lala e a sua ânsia de viajar com destino a Londres e tirar fotos junto ao Big Ben!
Efectivamente a Lala esteve comigo em Londres e sim, tirou fotos (diria mesmo de forma compulsiva e histérica) junto do Big Ben...algumas com ela e o relógio, depois de perfil, depois em grupo, depois só as caras, depois com a paisagem envolvente....
Terminado o entusiasmo com o Big Ben e cumprido o desejo , Lala contra-ataca:
"Weeee! Agora quero mesmo é tirar uma foto com o Golden Eye!!"
Excuse me? Not again...

sexta-feira, 27 de março de 2009

Sui genericidade dos bairros lisboetas

Tenho uma amiga, cujo nome se manterá no anonimato, que há pouco tempo veio morar para um bairro perto do meu. A minha amiga, a X., e eu vamos juntas para casa e aproveitamos para descarregar as energias sedentárias numa bela caminhada desde o Marquês de Pombal até às respectivas residências.

Hoje decidimos passar pela avenida Almirante Reis para ver, e apenas ver, umas montras. Caminhávamos a passo regular e despreocupado, quando ouço por trás de nós:

- Olá linda, como te chamas?

A X., que consegue ser ainda mais distraída que eu e como tal é, para mim, um milagre que ainda esteja viva, nem o ouviu. Apenas sentiu uma mão que lhe circundava a cintura.

- Ui!!! - esclamou ela, dando um salto que teria feito inveja ao Javier Sotomayor.

Olhando para a esquerda, deparámo-nos com um sem-abrigo desdentado olhava admiradíssimo para a X.

- Não é preciso gritar...

- Ai, o senhor desculpe mas pregou-me um susto! - respondeu educadamente a minha amiga, com um genuino sorriso, como só ela conseguiria numa situação destas. Provavelmente porque não ouviu a frase de engate que antecedeu o toque delicado na cintura.

Eu, pessoalmente, olhava para o chão para que, no caso de não conseguir conter mais as gargalhadas que acabariam por se soltar depois de atravessarmos a rua, me desmanchasse a rir na cara estupefacta do sem-abrigo.

Continuámos a andar com o passo um pouco mais acelerado, as lágrimas escorrendo pela minha face. O sem-abrigo ficou para trás boquiaberto e incrédulo. Permanecemos caladas durante uns metros, até que a X. comenta, filosoficamente:

- Esta Almirante Reis... é sui generis, não achas Mariana?

quinta-feira, 26 de março de 2009

O poder do vermelho - II

A capa do meu violoncelo é vermelha. Na verdade é bordeaux, mas está na gama dos vermelhos. Não sei se acontecem coisas estranhas a outras pessoas quando usam vermelho, mas comigo ocorrem invariavelmente episódios insólitos.

O meu violoncelo, sendo uma parte constituinte e importante do meu ser, tem um poder misterioso sobre seres vivos irracionais, especialmente bebés e cães, com toda a certeza relacionado com o vermelho da sua "vestimenta".

Os bebés têm a reacção pânico quando vêem o meu cello e põem-se a chorar desmesuradamente... Os pais, aflitos, tentam acalmar o pequeno humano com palavras carinhosas e explicativas:

"Oh filhote, é só um violão!... Não faz mal ao bebé! Não chora, não chora..."

Bah... Eu até me afastava, para não causar sofrimento ao bebé, mas sinto-me vingativa quando insultam o meu violoncelo.

Algumas crianças que ainda não se tornaram totalmente racionais, provavelmente devido à falta de vitaminas e ao excesso de televisão, gostam de tocar com as mãozinhas sujas de ranho e baba na capa do meu cello. Provocadoramente!, olhando-me directamente nos olhos quando o fazem.

Só chegam a tocar uma vez, porque imediatemente o meu olhar lhes diz, claramente:

*Tocas outra vez e vou ao teu quarto à noite e corto-te os dedos dos pés.*

E o assunto fica resolvido.

Outra realidade é a realidade dos cães. Gostam de ladrar ao meu violoncelo. Ontem um cão seguiu-me durante cerca de 100 metros e ladrou todo o tempo ao meu violoncelo. Virei-me para trás e sem parar de andar, olhei o cão nos olhos e telepaticamente disse:

*Que é?*

*Nada, estava só a chatear-te, mas estou a ver que não estás para aí virada...*

*Não estou mesmo.*

E o cão deu meia volta e foi à sua vida. E eu fui à minha. Tenho mais que fazer.

sábado, 21 de março de 2009

Quando chamam cretino a alguém estão, na verdade, a ofender a sua tiróide.
*

Flower Power das 2h47

quinta-feira, 19 de março de 2009

- En garde!
- Touché!
- Crème brûlée!

terça-feira, 17 de março de 2009

Desabafo frustrado

Ninguém acredita quando digo que na FMV nos mandam encher chouriços fora de horas. Literalmente.

quinta-feira, 5 de março de 2009

O povo e os parasitas


"Ahhh! Está a estagiar em Parasitárias? Eu já vi esses bichos...acho eu! Não são aqueles que fazem auto-estradas dentro do bucho de uma pessoa?"

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

E... Algumas perucas de velha cheiram a casa de banho de centro comercial.

As dificuldades das minorias

Nenhum dos leitores pode imaginar a confusão que se gera na cabeça de uma criança quando esta é criada no seio de uma família com ideais alimentares opostos.
Quando um dos membros parentais é, hippie, yoga lover e macrobiótico e o outro é…bem…hippie, yoga lover e carnívoro (bastante!), um negro destino está traçado!
Ora, a pobre criancinha nasce na paz! Ouve mantras como canção de embalar, come papas de aveia e millet, recebe massagens energéticas (cheias de prana a fluir… só luzinhas azuis e laranjas weeeeeeeee) para alinhar os chakras e cresce feliz e sorridente (pelo menos q.b). Os anos passam e a criancinha tem de enfrentar a selva. (Vestir a tanga é sem dúvida a primeira dificuldade, usar as lianas também não é lá muito fácil, é necessário possuir força e destreza!)
A criancinha descobre a carne, acontecimento apenas comparável ao homem do paleolítico que descobre o fogo, e a sede de Caaaaaaaaarrrrrrrrrrrrne começa! Durante muitos anos a criancinha acompanha o membro parental carnívoro na sua afirmação de espécie superior devoradora de Animaizinhos comendo todos os tipos de carnes, cozinhadas das mais diversas maneiras, com diferentes teores em gordura e proteína, dando preferência, claro, ás imponentes costeletas de bovino grelhadas, daquelas que ocupam todo o prato e parte da área envolvente!
Um dia a criancinha acorda adolescente e segura de que ser vegetariana é o Caminho da Luz! Claro que esta tarefa não é fácil, a sociedade ainda não está totalmente preparada para isso e com pouca vontade de contornar as dificuldades e os malabarismos económicos (e sociais) a que isso levaria na altura, a adolescente resolve apenas restringir o consumo de grandes Animaizinhos mamíferos.
Um dia, já a adolescente é uma estudante universitária e frequenta a cantina da sua prestigiada e estimada Universidade, quando se depara com uma quarta-feira em que não há hipótese vegetariana, apenas existe carne disponível, carne essa de um grande animal mamífero. Todos os leitores sabem, com certeza, que os estudantes necessitam de se alimentar convenientemente para que os seus neurónios funcionem apropriadamente para conseguir ler 800 páginas num dia e debita-las ipsis verbis no dia seguinte conquistando a almejada nota de 10 valores.
A estudante resolve então ir até ao balcão e pedir a sua refeição:
-Boa tarde, queria, por favor, um bitoque sem a carne!
-Qué?
-Era um bitoque sem carne por favor.
-Não sei o que é isso! Ó Maria olha esta esquisitinha! Diz que quer um bitoque sem carne seja lá o que isso for!
Maria aproxima-se de colher de pau em riste e diz:
-Ah! Eu também não sei o que isso é!
-Olhe, é fácil, é fazer um bitoque normal, apenas não lhe pondo a carne…
-Explique-se lá que já lhe disse que não temos isso, não sabemos o que é!
- Era um prato com arroz, batatas fritas, ovo e salada por favor!
-Ahhhhhhhhhh! Por que é que não disse logo? Está aqui a empatar o negócio…vá andando vá andando!
A estudante respira de alívio e algum tempo depois chega o seu tão desejado inexistente bitoque sem carne. Mas………..
A estudante chega á caixa e a empregada questiona:
-Ai Jesus! O que tens aqui no prato? Eu não sei facturar isto! Tão estranho! Oh Maria anda cá!
Não lhe expliquei que era um bitoque sem carne, esperei que a Maria viesse e lhe explicasse que aquele prato era arroz, batatas fritas, ovo e salada…

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Algumas casas de banho dos centros comerciais cheiram a peruca de velha!

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Insanidade Familiar - estudo de caso - I

Vivo em casa com gente insana.

Ainda hoje, ao observar o comportamento dos familiares do meu agregado familiar, tal Jane Goodall, me pergunto como conseguiram os meus pais gerar a pessoa normal que sou, ainda para mais inteligente, responsável, sensata, atenciosa, criativa e bonita acima da média.
Após pesquisa intensiva em livros e nos mais recentes artigos científicos de geneticistas conceituados mundialmente, concluí que a Insanidade é uma característica hereditária, provavelmente ligada ao cromossoma X, e a probabilidade de eu ter nascido perfeita foi de 25%. Reparem:


Como podem constatar, o meu pai, apesar de não-insano, tem o seu quê de loucura e o meu irmão realmente teve muito azar com os gâmetas que lhe deram origem.

Estes factos têm implicações no meu dia-a-dia, e se para muitos é motivo de risota, para mim não tem piada nenhuma.

A minha avó, por exemplo, é cleptomaniaca, mas só rouba papel higiénico. Com tanta coisa que podia roubar, bem que podia trazer algo mais valioso, mas a Cleptomania é mesmo assim. Enfim, como as coisas estão hoje se uma pessoa consegue poupar no papel higiénico ainda poupa alguma coisa e é aí que me afecta. Porque se a Cleptomania, sendo uma doença psiquiátrica, pode justificar o furto de papel higiénico, a partir do momento em que este se torna valioso, a minha avó passa a ser considerada criminosa. Outra prespectiva deste problema prende-se com o facto de a minha mãe (com o seu gen-ins) além de não estar sensibilizada para esta indiscrição da minha avó, sofre da conhecida patologia que se dá pelo nome de Irresistência a Promoções de Supermercado, ainda por cima complicada por Desconhecimeto Crónico dos Bens em Falta no Lar, o que resulta na compra semanal de "packs" familiares de papel higiénico ("para poupar dinheiro", são palavras da própria). E o balanço semanal de papel higiénico em minha casa é:


Ora, ao fim de um mês não há espaço para armazenar o excedente de papel higiénico devido ao carácter desproporcional da relação [número de rabos a limpar/quantidade de papel higiénico].

A minha mãe atinge outro patamar de implicação negativa no meu quotidiano. A título de exemplo, no sábado passado exigiu que removesse o gelo acumulado durante 5 anos no congelador, porque já estava incomodada com o facto de as gavetas não fecharem bem. Como sábado é dia de ir ao supermercado e havia uma quantidade impressionante de salada russa congelada (como lhe apetece muitas vezes salada russa, mas ninguém a faz, quando a vê no supermercado tem de a adquirir) desligar o frigorífico para que o gelo derretesse estava fora de questão. Assim, para que eu executasse a ingrata tarefa de remover o gelo deu-me uma colher de pau ("porque o picador de gelo risca-me o congelador todo!", explicou-me ela). Excusado será dizer que estive horas com as minhas delicadas mãos no gelo, de joelhos na tijoleira, com neve, gerada por mim, a entrar pelas mangas da camisola. A minha mãe, ao ver dois alguidares de gelo bem cheios decide ajudar-me. Infelizmente, era um dia de exacerbação do gen-ins e ela deitou os dois alguidares na sanita, admirando-se ao constatar que o gelo não progrediu pelo sistema de canalização. E isto afecta-me! - depois de uma tarde a tirar o gelo do congelador precisava de ir a casa de banho e não pude porque não conseguia sentar-me na sanita.


Episódios destes fazem parte do meu dia-a-dia, mas por factores genéticos relacionados com a ausência do gen-ins, simplesmente não me consigo habituar a eles.

Não me vou pronunciar relativamente aos casos de Insanidade do meu irmão (portador dos genes gen-ins e gen-Q-craze) porque ele é maior e mais forte que eu.

Manter-vos-hei a par de manifestações típicas de Insanidade Familiar que vou presenciando. Por favor divulguem-nas, pois infelizmente esta é uma doença pouco conhecida fora da comunidade científica e há certamente muitas pessoas normais que sofrem com familiares vítimas desta devastadora patologia do foro genético.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Road Trips & Road Strips

Tenho uma amiga que adora viajar!
Adora paisagens, novos destinos e diferentes culturas!
No outro dia lançou-me um desafio:
"Olha lá, nós quando fossemos assalariadas podiamos ir, as duas, fazer uma Road Strip! O que achas?"
Depois de deixar cair o queixo e franzir a testa, pensei por breves segundos e respondi:
-Tudo bem, MAS conduzo eu! As outras tarefas ficam por tua conta...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Um pneumomediastino pode causar um pneumotórax mas um pneumotórax não pode causar um pneumomediastino.
Na Hepatite Infecciosa Canina a maioria dos cães morre ou recupera.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Uma gadanheira simples é uma gadanheira que simplesmente gadanha.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Hermafroditas e Eremitas

-Aiii CReeeeeeeeeedo!!! Tu viste aquela senhora que nos atenteu? Nem percebi se era um Homem ou uma Mulher! Jasuss!! Parecia uma daquelas pessoas que, infelizmente, nasce com os dois sexos... um...andrógeno!
-Andrógeno?
-Ai! Não! Um...um...um Eremita!

Ética e Etiqueta

"E um docinho, não há?"
"Eu tenho ali iogurtes de tarte de bolacha e morango."
"O quê? Olha, comer um iogurte a seguir à refeição não é ético!"
"Ético? Mas qual é a falta de ética existente na acção de comer um iogurte? Alguém se sente invadido ou incomodado com isso? Vais contra a liberdade de algum individuo?"
"Ética é isso? Humm não sabia!!!"
"Ah! Estou a ver...Estás a confundir com a outra ética... A Ética da Paula Bobon[a]!"

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Os ovários são orgãos que (de momento) não me fazem falta nenhuma!


Há vários dias por mês que preferia ter nascido sobre a forma de um indivíduo do sexo masculino.
Não estou só a falar daqueles dias que deixam as mulheres piegas e nervosas, mas também esses entram na conta dos dias em que penso que afinal a próstata é capaz de ser um órgão que me faz uma certa falta.
Um dia destes, para não variar, uma vez que é a mesma cantiga todos os meses, acordei com dores no útero, daquelas dores que levam as mulheres a ter vontade de atirar a cabeça contra a parede em busca de Qb de analgesia. Tive a perfeita noção que era uma urgência tomar dois ibuprofenos 300 (no mínimo)... No mesmo momento pensei também: Ora que treta, estes comprimidos são AINES (pensamentos de uma aspirante a Médica Veterinária...frequentemente somos visitados pela esperteza e pela hipocondria). O melhor era sem dúvida comer... Levanto-me (com a sensação de ter 5kg em cada rim) e arrasto-me até ao frigorífico. Decido comer um daqueles maravilhosos iogurtes com duas camadas (frutos do bosque/iogurte açucarado). Acabava ainda de "lamber" a última colher...PimBA goela a baixo com os dois comprimidos mágicos, supressores de dores cruéis (que nos foram transmitidas geneticamente pela infelicidade de nascermos com a ausência do cromossoma y). Resultado fantástico, trinta segundos depois e durante uma hora convivi com espasmos gástricos e iniciei a obra criativa de pintalgar a sanita de dez em dez minutos com uma mistura rosa choque...Tudo isto aliado ao facto de serem quase 14h horas e eu ter MuiTAAAAA fome e não poder comer! Ahhh Odeio ser mulher :( Grrrrrr
Ora num estado moribundo destes facilmente se pensa no que ganharia se…. Se naquele momento fugaz da criação, da fertilização, o óvulo da minha mãe tivesse deixado entrar um Sr. espermatozóide Y em vez de um Sr. X espermatozóide.
Digo isto porque quero acreditar piamente que o óvulo, enquanto célula mãe, mais volumosa e com todas as reservas necessárias ao início da vida, tem a capacidade de decidir o tipo de monstrinho que vai originar (uma criancinha a maior parte das vezes pode transformar-se numa criatura do demo...).
Ora se o óvulo da minha mãe escolheu deixar entrar um espermatozóide X no seio da sua intimidade, deduzo que já aqui se expressavam os genes da miopia que carrego! Só podia ser míope a minha célula mãe! Só há vantagens em ser MACHO e logo me vai criar uma FÉMEA!
Se eu fosse Macho e mais uma vez com ajuda da genética em outros campos...poderia ser Fuzileiro, Piloto, Mecânico (ai gostava tanto...até já pensei em pedir para aprender aí numa oficina qualquer, mas claro que isso seria uma situação no mínimo bizarraaaaaaaa), Policia, Médico sem Fronteiras, Detective Particular, Cientista, (sim já sei que as mulheres também ah e tal), Mestre de Artes Marciais ou algo do género.
Sendo mulher... Ui...Nem vamos entrar por aqui que já avisto pilhas de roupa e tachos por lavar.