Tenho uma amiga, cujo nome se manterá no anonimato, que há pouco tempo veio morar para um bairro perto do meu. A minha amiga, a X., e eu vamos juntas para casa e aproveitamos para descarregar as energias sedentárias numa bela caminhada desde o Marquês de Pombal até às respectivas residências.
Hoje decidimos passar pela avenida Almirante Reis para ver, e apenas ver, umas montras. Caminhávamos a passo regular e despreocupado, quando ouço por trás de nós:
- Olá linda, como te chamas?
A X., que consegue ser ainda mais distraída que eu e como tal é, para mim, um milagre que ainda esteja viva, nem o ouviu. Apenas sentiu uma mão que lhe circundava a cintura.
- Ui!!! - esclamou ela, dando um salto que teria feito inveja ao Javier Sotomayor.
Olhando para a esquerda, deparámo-nos com um sem-abrigo desdentado olhava admiradíssimo para a X.
- Não é preciso gritar...
- Ai, o senhor desculpe mas pregou-me um susto! - respondeu educadamente a minha amiga, com um genuino sorriso, como só ela conseguiria numa situação destas. Provavelmente porque não ouviu a frase de engate que antecedeu o toque delicado na cintura.
Eu, pessoalmente, olhava para o chão para que, no caso de não conseguir conter mais as gargalhadas que acabariam por se soltar depois de atravessarmos a rua, me desmanchasse a rir na cara estupefacta do sem-abrigo.
Continuámos a andar com o passo um pouco mais acelerado, as lágrimas escorrendo pela minha face. O sem-abrigo ficou para trás boquiaberto e incrédulo. Permanecemos caladas durante uns metros, até que a X. comenta, filosoficamente:
- Esta Almirante Reis... é sui generis, não achas Mariana?
Hoje decidimos passar pela avenida Almirante Reis para ver, e apenas ver, umas montras. Caminhávamos a passo regular e despreocupado, quando ouço por trás de nós:
- Olá linda, como te chamas?
A X., que consegue ser ainda mais distraída que eu e como tal é, para mim, um milagre que ainda esteja viva, nem o ouviu. Apenas sentiu uma mão que lhe circundava a cintura.
- Ui!!! - esclamou ela, dando um salto que teria feito inveja ao Javier Sotomayor.
Olhando para a esquerda, deparámo-nos com um sem-abrigo desdentado olhava admiradíssimo para a X.
- Não é preciso gritar...
- Ai, o senhor desculpe mas pregou-me um susto! - respondeu educadamente a minha amiga, com um genuino sorriso, como só ela conseguiria numa situação destas. Provavelmente porque não ouviu a frase de engate que antecedeu o toque delicado na cintura.
Eu, pessoalmente, olhava para o chão para que, no caso de não conseguir conter mais as gargalhadas que acabariam por se soltar depois de atravessarmos a rua, me desmanchasse a rir na cara estupefacta do sem-abrigo.
Continuámos a andar com o passo um pouco mais acelerado, as lágrimas escorrendo pela minha face. O sem-abrigo ficou para trás boquiaberto e incrédulo. Permanecemos caladas durante uns metros, até que a X. comenta, filosoficamente:
- Esta Almirante Reis... é sui generis, não achas Mariana?

1 comentário:
LOOOOOOOOOOOOOOOOOOL! Muito bom! Mas a mão não é nada! Não sei se alguma vez te contei... Mas uma vez resolvi ir um bocadinho à praia sozinha. Um homem de cor, com aspecto bastante porco e que estava bêbado, passou por mim no passadiço quando eu me vinha embora e sem mais nem quê deu-me um beijo a meio caminho entre o pescoço e a mamoca esquerda...
Enviar um comentário